Mário de Sá Carneiro VI
O FANTASMA
O que farei na vida ? o Emigrado
Astral após que fantasiada guerra,
Quando este Oiro por fim cair por terra,
Que ainda é Oiro, embora esverdinhado?
(De que Revolta ou que país fadado?)
? Pobre lisonja, a gaze que me encerra...
Imaginária e pertinaz, desferra
Que força mágica o meu pasmo aguado?
A escada é suspeita e é perigosa:
Alastra-se uma nódoa duvidosa
Pela alcatifa ? os corrimões partidos...
? Tapam com rodilhas o meu norte,
? As formigas cobriram minha Sorte,
? Morreram-me meninos nos sentidos...
Mário de Sá Carneiro
Paris, 21 Janeiro 1916.
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